Os defensores públicos da Comarca de Quixadá (a 168Km de Fortaleza) confirmaram durante a realização de uma inspeção na cadeia pública estadual instalada nesta cidade do Sertão Central a precariedade das condições carcerárias. A unidade prisional com capacidade para 80 presos está com duas vezes mais. Atualmente estão recolhidos 248. Segundo a Defensoria Pública a visita ocorreu na quarta-feira (25) passada.
De acordo com a defensora pública Mayara Mendes, uma das participantes da inspeção, o quadro penitenciário é desolador. Até as salas de aula estão sendo utilizadas como celas em razão da superlotação. A situação é tão precária que os detentos precisam ficar imóveis no período das 19 horas até às 7 horas da manhã seguinte, horário de repouso, dentro das celas do pavilhão térreo, para não pisarem uns nos outros.
No pavilhão superior a situação foi considerada ainda mais degradante. Os presos são obrigados a ficarem recolhidos nas celas 24 horas por dia, com direito a banho de sol apenas duas vezes por semana, mesmo assim apenas por no máximo uma hora, e também foi constatada a falta de atendimento ambulatorial e relatos de alguns presos de estarem com sintomas de tuberculose e sífilis.
Em razão da superlotação os defensores públicos decidiram formar uma Força Tarefa para reduzir a população carcerária de Quixadá. Eles constataram a ocorrência de diversos casos em que os réus estão detidos provisoriamente há mais tempo do que deveriam, sem a conclusão da instrução processual. Essa situação pode gerar protocolamento de pedidos de revogação da prisão preventiva, além de outros pedidos para reduzir o número de internos.
Fonte: Blog Sertão Central