Eram exatamente 22h da quinta-feira, do dia 29 de dezembro de 2011, quando os militares do Ceará, Polícia e Corpo de Bombeiros, resolveram dar um basta nas atrocidades que vinham sendo cometidas pelos governantes às corporações e assim deflagaram o início do movimento paredista.
O sentimento dos quase sete mil militares que aderiram a greve na capital se uniu ao sentimento dos outros sete mil pelo interior cearense, que vinham lutando por melhorias desde 2006, mas sempre levavam um NÃO do governo. Em uníssono, os policiais e bombeiros decidiram cruzar seus braços até que, o então governador Cid Gomes atendesse suas reivindicações. “Até quando acontecerá a greve? Vai depender do governador! Ele quem vai decidir de será uma greve de 1 dia ou de 1 mês”, afirmou um manifestante encapuzado.
Incorporação da gratificação ao salário, reajuste salarial, regulamentação da carga horária, extinção do Código de Disciplina e adoção de um Código de Ética, anistia para os que participaram da greve, regulamentação das promoções, foram alguns dos pontos de exigência para o fim da greve.
“O Governo do Estado tem ciência do dever de proteger a sociedade, e está adotando todas as medidas para que a ordem e a tranquilidade públicas sejam mantidas”, assim estava na nota sobre a greve, no entanto, a principal medida adotada foi a expulsão de 53 militares, tidos como líderes do movimento, mesmo com o pedido de anistia assinado pelo procurador geral do estado Fernando Antônio Costa de Oliveira no Termo de Acordo e Compromisso – TAC.
Foram cinco dias de greve, com policiais e bombeiros aquartelados, viaturas paradas, mulheres e filhos impedindo as saídas de seus maridos e pais para a rua, visando o objetivo maior, a MELHORIA PARA OS PROFISSIONAIS DA SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO.
Se hoje os policiais e bombeiros do Ceará lutam pela “Média do Nordeste” e tem suas promoções no tempo devido, é graças aquele movimento que começou a cinco anos atrás, onde novos líderes afloraram, como o hoje deputado federal Cabo Sabino e deputado estadual Capitão Wagner. É preciso que a categoria compreenda a importância desse movimento e mais ainda, entenda e participe ativamente dos chamamentos que a Associação dos Cabos e Soldados Militares do Estado do Ceará faz rotineiramente.